quarta-feira, 8 de agosto de 2007

O início da sociedade civil segundo Rousseau

Preciso citar mais uma vez Rousseau em uma passagem do Discurso Sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade Entre os Homens. É uma das minhas partes favoritas do livro:

“O primeiro que, tendo cercado um terreno, atreveu-se a dizer: ‘Isto é meu’, e encontrou pessoas simples o suficiente para acreditar nele, foi o verdadeiro fundador da sociedade civil. Quantos crimes, guerras, assassínios, quantas misérias e horrores não teria poupado ao gênero humano aquele que, arrancando as estacas ou enchendo o fosso, houvesse gritado aos seus semelhantes: ‘Evitai ouvir este impostor. Estareis perdidos se esquecerdes que os frutos são de todos e que a terra não é de ninguém!’. Porém, ao que tudo indica, então as coisas já haviam chegado ao ponto de não mais poder permanecer como eram, pois essa idéia de propriedade, dependente de muitas idéias anteriores que só puderam nascer sucessivamente, não se formou de uma só vez no espírito humano. Foi necessário fazer-se muitos progressos, adquirir-se muito engenho e luzes, transmiti-los e aumentá-los de século em século, antes de se chegar a esse derradeiro limite do estado de natureza.”

A partir daí, logo no início da segunda parte do livro, Rousseau tenta retomar a história de um ponto anterior a este, que ele chama de limite do estado de natureza, e reunir num único ponto de vista a sucessão de acontecimentos mencionada por ele até chegar a este ponto da história.

1 Comentário(s)::

Anônimo disse...

o ser humano é produto de várias épocas, como surgiu a partir por meio de passos lentos, lentamente também será o processo de conscientização a cerca da realidade que vive.