quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Primeiro passo para a desigualdade e para o vício

A respeito disso, diz Jean-Jacques Rousseau:

“À medida que as idéias e os sentimentos se sucedem, que o espírito e o coração se exercitam, o gênero humano continua a domesticar-se, as ligações se estendem e os laços se apertam. Acostumam-se a reunir-se defronte das cabanas ou à volta de uma grande árvore; o canto e a dança, verdadeiros filhos do amor e do lazer, tornaram-se a diversão, ou melhor, a ocupação dos homens e das mulheres ociosos e agrupados. Cada qual começou a olhar os outros e a querer ser olhado por sua vez, e a estima pública teve um preço. Aquele que cantava ou dançava melhor; o mais belo, o mais forte, o mais hábil ou o mais eloqüente passou a ser o mais considerado, e foi esse o primeiro passo para a desigualdade e para o vício ao mesmo tempo; dessas primeiras preferências nasceram, de um lado a vaidade e o desprezo, do outro a vergonha e o desejo; e a fermentação causada por esses novos germes produziu por fim compostos funestos à felicidade e à inocência.”

Fonte: Discurso Sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade Entre os Homens

2 Comentário(s)::

Anônimo disse...

Realmente não tem como não concordar que a vaidade e o desprezo surgiram a partir de quando o homem passou a medir suas ações ou ações dos outros, tornando a vida uma eterna competição.

Guilherme Graeff disse...

nunca li sobre este cara mas deve ser o cão só por este desto da pra ver