Não há dia mais oportuno para falar da bandeira do Brasil do que 19 de novembro. Foi nesta data, no ano de 1889, exatamente quatro dias após a Proclamação da República, que a atual bandeira do país foi adotada através do decreto-lei nº 4, preparado por Benjamin Constant, membro do então Governo Provisório.
A idéia da atual bandeira é uma modernização da bandeira monárquica idealizada por Jean-Baptiste Debret em 1820. Nesse caso, os co-autores de 1889 seriam Raimundo Teixeira Mendes, Dr. Miguel Lemos e o professor Manuel Pereira Reis. O desenho do disco azul em substituição à esfera armilar da monárquica foi executado pelas mãos do pintor Décio Vilares.
A cor verde simbolizaria o primeiro objeto que funcionou como bandeira no Brasil: os ramos arrancados das árvores pelos homens primitivos em atitude espontânea de alegria. Ela também nos remeteria ainda à juvenilidade do país e ao imenso mar, literariamente verde nos escritos de José de Alencar. A cor amarela, por sua vez, representaria a riqueza mineral e a aventura dos bandeirantes à procura de ouro. Numa homenagem à Nossa Senhora, padroeira de Portugal e do Brasil, a cor azul, ao lado da branca, colocaria o Brasil no esquema bandeirológico latino-americano, onde predominam essas duas cores: azul e branca.
Cada estrela da bandeira brasileira corresponde a um estado brasileiro. Com a criação de novos estados no país, se estabeleceu uma dúvida: continuaria a correspondência? Conforme a Lei nº 5.700, de 1º de setembro de 1971, essa correlação não existiria mais. Uma outra lei, no entanto, nº 8.421, de 11 de maio de 1992, retificou a anterior, através da seguinte comunicação: “A bandeira nacional deve ser atualizada sempre que algum estado da Federação for criado ou extinto; os novos estados serão representados por novas estrelas a serem incluídas, sem que afete a disposição estética original do desenho da primeira bandeira republicana; as que forem correspondentes a estados extintos serão retiradas, permanecendo aquela que represente um novo estado mediante a fusão”. Desta lei consta ainda um anexo, trazendo a lista dos estados e sua respectiva relação com as estrelas.
Mesmo ficando um pouco extensa esta postagem, vale a pena colocar aqui o “Hino à Bandeira Nacional”, com letra de Olavo Bilac e música de Francisco Braga, um pouco esquecido e que pouca gente sabe cantar. Quando era pequeno, os cadernos escolares continham as letras do Hino Nacional, do Hino à Bandeira e do Hino à Independência. Hoje em dia creio que não exista mais isso, o que contribui ainda mais para o desconhecimento e falta de patriotismo.
HINO À BANDEIRA NACIONAL
Salve, lindo pendão da esperança,
Salve, símbolo augusto da paz!
Tua nobre presença à lembrança
A grandeza da Pátria nos traz.
Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!
Em teu seio formoso retratas
Este céu de puríssimo azul,
A verdura sem par destas matas,
E o esplendor do Cruzeiro do Sul.
Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!
Contemplando o teu vulto sagrado,
Compreendemos o nosso dever;
E o Brasil, por seus filhos amados,
Poderoso e feliz há de ser.
Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!
Sobre a imensa Nação Brasileira,
Nos momentos de festa ou de dor,
Paira sempre, sagrada bandeira,
Pavilhão da Justiça e do Amor!
Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!
Bandeira anterior: Antígua e Barbuda
Adaptado de: Brasil Escola