quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

História dos Bairros do Rio de Janeiro - Cosme Velho

Dando prosseguimento ao histórico dos bairros do Rio de Janeiro, falarei hoje sobre o Cosme Velho.

Na época dos bondes, o bairro denominava-se “Águas Férreas”, devido à Bica da Rainha, de águas ferruginosas. A denominação atual do bairro, todavia, tem origem no nome do grande proprietário de terras na região no século XVIII, Cosme Velho Pereira. No século XVII, a região foi desbravada com o desenvolvimento de granjas, que se cobriram de bananeiras, canaviais e laranjeiras. Mais tarde, com a chegada do ciclo do café, foram devastadas as encostas mais baixas do Cosme Velho. Em 1727, Cosme Velho Pereira adquiriu uma chácara que media 418 braças de frente pela estrada pública até o alto da serra. Essa estrada é a atual Rua Cosme Velho.

 
Cosme Velho

O Rio Carioca começava seu curso em uma grande rocha ao pé do Corcovado, na chamada “Fonte do Beijo”. Logo adiante, suas águas se acumulavam numa bacia denominada de “Mãe d’Água” ou Fonte das Caboclas. Mais abaixo, o rio cruzava a região do Cosme Velho, recebendo o nome de Rio das Caboclas, em função da presença das índias que ali se banhavam e das lavadeiras que dele se utilizavam.

Enquanto o bairro se desenvolvia, seu clima aprazível e as suas matas atraíam estrangeiros. O “Morro do Pindurassaia”, por exemplo, abrigou as propriedades de três ingleses: o Cônsul Chamberlain, George Britain e William Young. No início do século XIX, o morro passou a se chamar “Morro do Inglês”. Outros proprietários famosos também surgiram no Cosme Velho. O mais conhecido deles era Machado de Assis, mas também tinham terras no Cosme Velho o Barão Smith de Vasconcelos, Joaquim da Silva Souto (proprietário do Largo do Boticário), Cândido Portinari, Cecília Meireles, entre outros.

Cosme Velho

Marcante presença em toda a região, o imponente Pico do Corcovado já recebia pessoas que se aventuravam pela íngreme e tortuosa trilha acima do Silvestre. Com a inauguração da Estrada de Ferro Corcovado, o Cosme Velho tornou-se a porta de entrada ao Cristo Redentor. Sua tranquilidade seria afetada pela abertura do Túnel Rebouças, em 1965, que abriu acesso para a Lagoa e outros bairros da Zona Sul e trouxe tráfego intenso para a Rua Cosme Velho. Nas décadas de 1960 e 1970, imobiliárias derrubaram antigos solares e levantaram prédios de apartamentos e acelerou-se o processo de favelização das encostas dos morros da região.

Bairro anterior:
Cordovil

Referência:
Portal Geo Rio

1 Comentário(s)::

Bao Ritcho disse...

Cristo Redentor hein ow...