terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Maurício de Nassau

Em 20 de dezembro de 1679, há exatamente 332 anos, falecia Maurício de Nassau. Johan Maurits van Nassau-Siegen (seu nome em holandês), conhecido pelo cognome “o brasileiro”, governante da colônia holandesa no Nordeste do Brasil, com capital em Recife, de 1637 a 1644. Destacou-se em várias campanhas militares, entre as quais a Guerra dos Trinta Anos (1618), o Sítio de Den Bosch (1632) e a reconquista de Schenckenshaus (1636). Entusiasta da Arquitetura, Nassau começou a construir a luxuosa Mauritshuis, em Haia. Na execução desta obra veio a comprometer seus recursos financeiros e, principalmente por esse motivo, aceitou o convite da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais para administrar os domínios por ela conquistados no Nordeste do Brasil, recebendo uma ajuda de custo de 6.000 florins e salário mensal de 1.500 florins, o soldo de Coronel do Exército, além de uma participação de 2% sobre os lucros.

 
Maurício de Nassau

Maurício de Nassau chegou a Recife em 23 de janeiro de 1637 e, encantado com a beleza da terra tropical, passou a chamar Pernambuco de “Nova Holanda”. Sua comitiva era composta de artistas, astrônomos, arquitetos e cientistas, sendo recebido com alegria não apenas pelos holandeses como pelos civis luso-brasileiros, esperançosos de dias melhores, já que a colônia encontrava-se num estado lastimável, predominando a desordem e a corrupção. Desbravou o interior e projetou a cidade Maurícia, construída para ser o centro do poder no Brasil. Promoveu melhorias urbanas, calçou ruas, proibiu o tráfego de carros de boi para não destruir as vias, criou um corpo de bombeiros voluntário, implantou o imposto territorial urbano e construiu casas, pontes e palácios. Além disso, restabeleceu a produção da capitania quando ofereceu empréstimos para recuperação dos engenhos de açúcar.

Sua administração ficou fortemente marcada pela construção de centros urbanos. Nassau tinha um plano pessoal de governo, queria fazer fortuna e se destacar para receber o título de príncipe, além de ter uma visão colonizadora que não interessava à Companhia. Em 23 de maio de 1644, Nassau embarcou com uma frota de volta para a Holanda, levando para seu palácio de Haia, objetos e pinturas que decoravam sua residência no Brasil, reintegrando-se à carreira militar. Em 1647, foi novamente chamado para o Brasil, mas como exigiu plenos poderes, um exército maior e melhor remuneração, a Companhia não concordou e, por conseguinte, não mais retornou ao país.

Ainda em 1647, Nassau foi dirigir os governos de Kleve, Mark e Ravensburg. Foi nomeado comandante-em-chefe do exército dos Países Baixos em 1665 e, aos 70 anos de idade, em 1674, tomou parte na Companhia dos Países Baixos Espanhóis (atual Bélgica), lutando na Batalha de Senef. Em 1675, recolheu-se à cidade de Kleve, escolhida para viver os seus últimos dias. Quanto ao Brasil que Nassau deixou para trás, com o fim do domínio espanhol sob Portugal, o novo rei português, D. João IV, decidiu recuperar o Nordeste brasileiro, retirando-o do domínio holandês. Além disso, para explorar ao máximo a produção do açúcar brasileiro, a Holanda adotou inúmeras medidas impopulares, em especial o aumento dos impostos, o que contrariava os interesses dos proprietários de engenho, culminando em batalhas que resultaram na expulsão dos holandeses.

Referências:
Fundação Joaquim e Nabuco e Wikipedia