quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Hemisférios de Magdeburgo

Procurando algumas informações no Google Maps, me deparei com a cidade de Magdeburgo, na Alemanha. Na hora me lembrei que estudei algo em Ciências, sei lá quantos anos atrás, que falava sobre os “Hemisférios de Magdeburgo”. Fui pesquisar novamente pra lembrar do que se tratava e eis abaixo a resposta.

Hemisférios de MagdeburgoA chamada experiência dos Hemisférios de Magdeburgo foi realizada pelo alemão Otto Von Guericke em 1654, quando este era prefeito da cidade. Consistiu em ajustar duas semiesferas de cobre de diâmetro de 1,19m e, com uma bomba de sucção criada por ele, retirar o ar de dentro da esfera formada pela junção das duas peças, deixando em sua parte interior apenas vácuo. Depois de retirado o ar, tentou-se separar as duas semiesferas até mesmo com a força de 16 cavalos, oito de cada lado, tamanha a dificuldade imposta pela pressão atmosférica, mas sem êxito. Otto Von Guericke concluiu que sua experiência estava relacionada à existência da pressão atmosférica, tal como havia comprovado o italiano Evangelista Torricelli.

Otto Von GuerickeOs primeiros experimentos de Von Guericke usaram uma espécie de adaptação de uma bomba d'água adaptada para esvaziar um barril. Devido à dificuldade enfrentada, ele modificou a bomba para a retirada de ar do barril, mas a impossibilidade de vedação o levou a usar hemisférios de cobre selados com tiras de couro. Com isso, von Guericke demonstrou a possibilidade de usar o vácuo para exercer grandes forças, como demonstrado no referido e famoso experimento dos “Hemisférios de Magdeburgo”. A partir daí, Von Guericke aperfeiçoou a bomba mecânica de vácuo, melhorando sua vedação, aperfeiçoando a válvula de saída e diminuindo o espaço morto dentro da bomba.

Monumento em Homenagem à Experiência dos Hemisférios de Magdeburgo
Desenvolvimentos posteriores seguiram a trajetória de aperfeiçoar o esquema de Von Guericke, que se estendeu até o final do século XIX, seguido de um retorno ao conceito torricelliano de bombas de pistão líquido de mercúrio, do surgimento das bombas mecânicas rotativas e de adaptações de bombas de jato de vapor, turbomecânicas e, finalmente, de bombas baseadas em ionização, combinação química e adsorção. O desenvolvimento das bombas de vácuo levou ao correspondente desenvolvimento de medidores de vácuo. O primeiro deles foi a própria coluna de mercúrio de Torricelli, capaz de medir pressões com precisão de 0,001 mm de Hg.

Referência: Instituto de Física Gleb Wataghin (UNICAMP)