terça-feira, 25 de agosto de 2009

História dos Bairros do Rio de Janeiro - Barra da Tijuca

Dando continuidade ao histórico dos bairros do Rio de Janeiro, falarei hoje sobre a Barra da Tijuca.

Barra da TijucaApós a expulsão dos invasores franceses, no século XVI, o Governador-Geral Mem de Sá nomeou seu sobrinho, Salvador Correia de Sá, capitão e governador da cidade. Este doou terras a dois portugueses que participaram da luta, Jerônimo Fernandes e Julio Rangel de Macedo, que receberam sesmarias que partiam de Jacarepaguá e chegavam até a atual Barra da Tijuca. Em 1594 Salvador Correia de Sá passou este amplo território a seus dois filhos, Gonçalo e Martim Correia de Sá, que concordaram em dividir a área. Gonçalo ficou com as terras que hoje correspondem aos bairros da Freguesia, Taquara, Camorim, Campinho, e a maior parte da Barra da Tijuca. A área de Martim Correia de Sá ia desde Camorim até o Recreio dos Bandeirantes, alcançando o litoral. No entanto, as duas partes tiveram evolução desigual. Em Jacarepaguá foram instalados engenhos e fazendas, em função do terreno plano e dos mananciais de água, o que proporcionou um desenvolvimento econômico baseado em atividades rurais. A área litorânea, por outro lado, não teve desenvolvimento regular e crescente por não ser adequada nem para o plantio nem para a criação de gado.

Em 1625, a filha de Gonçalo Correia de Sá, Dona Vitória de Sá e Benevides, recebeu como herança as terras do pai, dadas como dote, em 1628, a seu esposo, o Governador-Geral do Paraguai, D. Luis Cespede Xeria. Em 1667 as propriedades de Dona Vitória, correspondentes à maior parte do bairro, foram legadas, por testamento, ao Mosteiro de São Bento. Os religiosos fundaram ali três engenhos que ocupavam quase a metade da região. Durante mais de dois séculos, a Ordem dos Beneditinos explorou ou arrendou as terras mas, com o passar do tempo, a produtividade dos engenhos declinou. Plantações de café substituíram a cana-de-açúcar mas, com as crises do café, as fazendas foram divididas em pequenos sítios. Devido à perseguição às ordens religiosas durante o Segundo Império e ao fim da escravidão, os beneditinos ficaram quase arruinados. Em 1891, as terras remanescentes foram vendidas à Cia. Engenho Central de Jacarepaguá, sendo repassadas ao Banco de Crédito Móvel, em pagamento de dívidas. Em 1900, as terras foram vendidas à Saneadora Territorial e Agrícola S. A., ainda hoje proprietária de terrenos na área.

Barra da TijucaO processo de ocupação da Barra da Tijuca foi então induzido pela construção de estradas de rodagem, ao contrário dos bondes e trens que promoveram a urbanização em regiões mais antigas da cidade. Muito antes que a região se adensasse, já haviam sido abertas as estradas dos Bandeirantes, do Joá, de Furnas, das Canoas e da Gávea, que começaram a surgir no séc. XIX para atender a localidades mais distantes. Até as primeiras décadas do século XX, os movimentos de ocupação se mostraram inconsistentes, com processo de urbanização junto às principais vias de acesso, como a Av. Niemeyer e a Estrada de Furnas.

Até 1960, quase todas as melhorias executadas na região atendiam apenas ao escoamento da produção rural ainda existente e ao lazer da população. Em 1969, com a aprovação do Plano Piloto de Urbanização e Zoneamento da Baixada de Jacarepaguá, elaborado pelo urbanista Lúcio Costa, uma nova fronteira de expansão imobiliária se abria e a ocupação da Barra da Tijuca se iniciava de forma definitiva. O Plano Lúcio Costa propunha uma ocupação planejada da baixada compreendida entre a Barra da Tijuca, o Pontal de Sernambetiba e Jacarepaguá e rompia com os padrões de ocupação típicos do Rio de Janeiro. Com a construção da Auto-Estrada Lagoa-Barra, na década de 1980, a urbanização da região se intensificou. Hoje, apesar de modificações no plano original, o urbanismo modernista faz do bairro um espaço singular no Rio de Janeiro, marcado pela presença de condomínios fechados, shoppings, hipermercados e pela intensa atividade imobiliária. Apesar da intensidade do tráfego e da crescente poluição de suas lagoas e praias, a Barra da Tijuca ainda preserva um extenso litoral propício a banhos de mar e um conjunto importante de áreas naturais protegidas.

Bairro anterior: Bangu

Referências: Portal Geo e barradatijuca.com.br

1 Comentário(s)::

BaoRitcho disse...

hoje ja ta saturado esse bairro ne ow