História dos Bairros do Rio de Janeiro - Copacabana
Dando sequência ao histórico dos bairros do Rio de Janeiro, falarei hoje sobre Copacabana.
A antiga Praia de Socopenapan era um areal deserto, repleto de cajueiros e cactáceas, quando pescadores ergueram uma capela no extremo sul da praia e nela introduziram a cópia de uma imagem de N. Sra. de Copacabana, de origem boliviana. Trazida por mercadores de prata peruanos, a imagem acabou dando nome à praia e ao bairro. Sua antiga Ermida foi restaurada no Século XVIII pelo Bispo D. Antonio do Desterro Malheiro e a capela foi remodelada em 1887. Com a construção do Forte de Copacabana, a histórica igreja foi demolida, passando a Matriz de N. Sra. de Copacabana para a Praça Serzedelo Correia.
O Caminho dos Pretos Quebra Bolos, atual Ladeira do Leme, também chamado Estrada Geral, foi o primeiro acesso terrestre a Copacabana. No alto dele foi instalado o Forte do Leme, em 1722, cujos arcos ainda lá estão até os dias de hoje. Inicialmente, os terrenos eram aproveitados para lavoura e ocupados por chácaras. Com o surgimento da Ladeira do Barroso, moradores da cidade faziam verdadeiras excursões àqueles distantes areais (entre eles o Imperador D. Pedro II), onde, montando barracas na praia, observavam as baleias.
Em 1878, o Dr. Figueiredo Magalhães, dono de terras onde hoje fica a Praça Serzedelo Correia, organizou uma linha de diligências para seus clientes, hóspedes do hotel que havia construído na praia. Em 1873, o empresário Alexandre Wagner adquiriu terras do Leme até a Rua do Barroso, tornando-se um dos maiores proprietários do bairro, chegando a projetar a abertura de diversas vias, porém não obtendo sucesso devido ao difícil acesso. Com a abertura do Túnel Velho e a chegada, em 1892, da linha de bondes da Companhia Ferro-Carril Jardim Botânico, por iniciativa do Eng. Coelho Cintra, duas empresas imobiliárias começaram a lotear Copacabana. Entre 1892 e 1894, a Companhia de Construções Civis de Otto Simon, Teodoro Duvivier, Paula Freitas, entre outros, concluiu a abertura da Av. N. Sra. de Copacabana e implantou ruas entre a atual Praça Serzedelo Correia e o final do Leme. Outra empresa, de Barão de Ipanema (Moreira Filho), Cel. José Silva, Guimarães Caipora e Constante Ramos, loteou a área que ia da Rua Figueiredo Magalhães até o Morro do Cantagalo. Em 1917, o bairro já tinha 45 ruas, uma avenida, quatro praças, duas ladeiras e dois túneis.
A famosa Av. Atlântica foi inaugurada em 1906 pelo Prefeito Pereira Passos, com o passeio, em mosaicos, formando “ondas”. Destruída por ressacas, a avenida foi reparada em 1918 e, em 1919, foi duplicada pelo Prefeito Paulo de Frontin. Quando dos festejos do centenário da Independência do Brasil, em 1922, o empresário Octávio Guinle resolveu construir na orla de Copacabana um hotel luxuoso, de categoria internacional, usando material importado: surgia o Copacabana Palace, que seria inaugurado em setembro de 1923. Na década de 1940, Copacabana iniciou seu processo de acelerada verticalização, com a derrubada de antigas residências para a edificação maciça de prédios de apartamentos. Desde 1949, com a duplicação do Túnel Novo, seu acesso ficou facilitado, o que favoreceu o turismo e fez surgir balneários, pensões e mais hotéis. O bairro ganhou agitada vida noturna, com bares, boates, teatros e restaurantes.
A conformação atual da Av. Atlântica e da praia de Copacabana, com grande calçadão, pista dupla, canteiro central e larga faixa arenosa na praia, foi inaugurada, em 1971 pelo Governador Negrão de Lima, após a execução de projeto implantado pelo Governo do Estado da Guanabara, com a assessoria de técnicos portugueses.
Bairro anterior: Colégio
Referência: Portal Geo Rio
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é né, fazer o que
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