José Artigas

Em 19 de junho de 1764, exatamente 247 anos atrás, nascia José Gervasio Artigas, que viria a ser um notável político, militar e herói nacional do Uruguai.

Artigas estudou no Colégio dos Padres Franciscanos e no Convento de São Bernardino em Montevidéu, sendo depois mandado pelo pai para o interior. Dedicou-se ao comércio de couro e gado, percorrendo todo o Uruguai e adquirindo influência junto à população rural. Em 1797 ingressou no “Regimento de Lanceiros” como tenente. Durante a guerra hispano-portuguesa, combateu os ingleses, aliados dos portugueses, no rio da Prata. Nessa época iniciou-se o movimento de libertação das colônias espanholas e Artigas juntou-se aos insurretos, sendo nomeado tenente-coronel pela junta de Buenos Aires.

Em 1803 foi nomeado “Guardia Geral de la Campaña”. Seu espírito revolucionário inicia-se mesmo em 1810 quando passa a defender o ideário da Revolução Americana, em especial a dos “Orientais” (habitantes da margem oriental do rio Uruguai). No ano seguinte, em 1811, começa a Revolução Oriental com o chamado “Grito de Ascênsio”. Também em 1811 Artigas comanda as tropas que derrotam os espanhóis na Batalha de San José, obrigando o chefe da guarnição espanhola a retirar-se com suas tropas para Montevidéu. Derrotou novamente os espanhóis na Batalha de Las Piedras e sitiou a cidade.

Na assembléia da “Quinta da la Paraguaya”, em 10 de outubro de 1811 o povo armado elege Artigas como General em Chefe dos Orientais. No período de 1811 a 1812, sob o comando de Artigas, avança a chamada “constituição da nacionalidade orienta”l e o surgimento do Uruguai como a pátria dos orientais. Em abril de 1813 ocorre o Congresso de Abril em Três Cruzes, de onde saem as “Instruções do Ano XIII”. Estas instruções sintetizam o pensamento político de Artigas e dos orientais. Nelas há idéias principais: 1) Independência dos Territórios do Rio da Prata; 2) Governo Republicano; e 3) Confederação das Províncias com um governo supremo.


De 1815 a 1817 a influência de Artigas foi tão grande que, sob sua liderança, formou-se a “Liga Federal”. Ela contava com seis províncias que aclamaram Artigas “o protetor dos povos livres”. Após as resoluções do Congresso de Tucumán, Artigas uma vez mais entrou em guerra contra o exército luso-brasileiro que invadira a Banda Oriental (o Brasil ainda era colônia portuguesa). Derrotado na Batalha de Catalán, em 1817, Artigas iniciou movimentos de guerrilha que duraram três anos. Não podendo mais resistir, asilou-se no Paraguai, onde morreu trinta anos depois, sem haver retornado a seu país.

Referência: Ministério das Relações Exteriores