O Massacre de Soweto
Há exatamente 34 anos, no dia 16 de junho de 1976, aconteceu na África do Sul o Massacre de Soweto, um dos mais sangrentos episódios de rebelião negra desde o início da década de 1960, desencadeado pela repressão policial à passeata de 10 mil estudantes que protestavam contra a inferioridade das chamadas “escolas negras” no país.
A manifestação pacífica começou na Escola Secundária Morris Isaacson, a partir da qual os estudantes, cantando, marchavam por Soweto (subúrbio negro em Johanesburgo) em direção a um estádio onde fariam um comício, foi alvo de uma bomba de gás lacrimogêneo lançada por um policial branco, para, em seguida, ser atingida por disparos das tropas de choque munidas de armas de fogo. No massacre morreram quatro estudantes, entre eles o estudante Hector Peterson, aos 13 anos de idade (foto abaixo). Peterson foi o primeiro e o mais jovem dos adolescentes mortos e foi fotografado agonizando nos braços de um colega – uma imagem que se tornou um ícone da luta dos negros contra a segregação racial no país.
O sistema segregacionista sul-africano, instituído na década de 1950, forçava os negros a pagar para frequentar escolas com classes superlotadas e professores sem qualificação adequada ou mesmo inferior, enquanto a educação para os brancos era gratuita. Em 1975, o governo decretou a obrigatoriedade do ensino também no idioma africâner para as matérias acadêmicas nas escolas secundárias para negros. Para os estudantes negros a medida era mais uma pedra no caminho: para ter êxito era agora necessário ser fluente nos idiomas oficiais do país, inglês e africâner.
O Levante de Soweto provocou, nas semanas seguintes à sua realização, uma onda de protestos por parte da população negra. O governo diz que 95 pessoas foram mortas nessas manifestações em confrontos com a polícia, mas estimativas não-oficiais chegam a dar conta de até 500 mortos. Na ocasião, Winnie Mandela, então esposa do líder Nelson Mandela, que estava preso, descreveu os protestos como “apenas o começo”.
A crescente pressão internacional e o fortalecimento da luta pelo fim do apartheid que se seguiu acabaram culminando com a libertação de Mandela, em 1990, e as primeiras eleições multi-raciais, quatro anos depois. Hoje o bairro de Soweto é uma das atrações turísticas mais populares da África do Sul, com vários hotéis e shopping centers em construção.
Referências: BBC e Wikipedia
3 Comentário(s)::
Simplesmente lamentável ne ow
Mandela e todas essas pessoas que batalharam pelo fim do maldito apartheid são heróis hein ow
Sim 0_0
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