domingo, 1 de julho de 2012

Jean-Jacques Rousseau - Continuação 1

Aproveitando os 300 anos de nascimento do gênio Jean-Jacques Rousseau, conforme a postagem anterior, vou aproveitar para citar novamente passagens de suas obras que considero importantes e que já postei aqui neste blog.

Da obra “Discurso Sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade Entre os Homens”, temos:

“Evitemos, portanto, confundir o homem selvagem com os homens que temos diante dos olhos. A natureza trata todos os animais abandonados a seus cuidados com uma predileção que parece mostrar quão ciosa é desse direito. O cavalo, o gato, o touro e até o asno têm em sua maioria uma estatura mais alta, todos uma constituição mais robusta, mais vigor, força e coragem quando nas florestas do que em nossas casas; perdem a metade dessas vantagens ao se tornarem domésticos, e dir-se-ia que todos os nossos cuidados para tratar bem e alimentar esses animais só resultam em abastardá-los. Dá-se o mesmo com o próprio homem: ao tornar-se sociável e escravo, torna-se fraco, temereoso, rastejante, e sua maneira de viver, indolente e efeminada, acaba por debilitar-lhe ao mesmo tempo a força e a coragem. Acrescentemos que, entre as condições selvagem e doméstica, a diferença de homem para homem deve ser ainda maior do que a de animal para animal, pois, tendo sido o homem e o animal tratados igualmente pela natureza, todas as comodidades que o homem se concede a mais do que aos animais que domestica são outras tantas causas particulares que o fazem degenerar mais sensivelmente.”

Nesta mesma obra, temos a passagem abaixo, que trata dos males gerados pelas leis criadas para reprimir outros males:

“Cumpre convir que, quanto mais violentas são as paixões, mais necessárias são as leis para contê-las; porém, não só as desordens e os crimes que estas causam todos os dias entre nós mostram bem a insuficiência das leis a esse respeito, mas também seria bom examinar se essas desordens não nasceram com as próprias leis, porque então, ainda que estas fossem capazes de reprimi-las, o menos que se deveria exigir é que detivessem um mal que não existiria sem elas”.

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Bao Ritcho disse...

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