Joana d'Arc
Em 6 de janeiro de 1412, há exatos 600 anos, nascia Joana d’Arc, em Domrémy-la-Pucelle, na França. A hoje santa padroeira da França foi considerada heroína na Guerra dos Cem Anos (1337-1453), durante a qual tomou partido pelos Armagnacs, na longa luta contra Borgonha e seus aliados ingleses. Descendente de camponeses, Joana d’Arc , segundo a escritora Irène Kuhn, foi esquecida pela história até o século XIX, conhecido como “o século do nacionalismo”, afirmando que foi apenas então que a França redescobriu esta “personagem trágica”.
Munida de uma bandeira branca, Joana chegou a Orléans em 29 de abril de 1429. Comandando um exército de 4 mil homens, entregue a ela pelo rei Carlos VII, ela conseguiu a vitória sobre os invasores em 9 de maio de 1429. O episódio é conhecido como a “Libertação de Orléans”. Existem histórias alternativas a esta que dão conta de que a figura de Joana era diferente. Ela teria chegado para a batalha em um cavalo branco, armadura de aço e segurando um estandarte com a cruz de Cristo, circunscrita com o nome de Jesus e Maria. Segundo estas outras versões, Joana teria sido apenas arrastada pelo fascínio sobrenatural de seus sonhos – ela dizia que ouvia vozes desde os treze anos – e proposta de missão a cumprir, segundo a vontade divina, e, sem nada saber sobre a arte de guerra, comandou os soldados na batalha.
O certo é que, após a libertação de Orléans, os ingleses pensaram que os franceses iriam tentar reconquistar Paris ou a Normandia, mas, ao invés disso, Joana convenceu Delfim a iniciar uma campanha sobre o rio Loire. Isso já era uma estratégia de Joana para conduzir Delfim a Rouen. Joana dirigiu-se a vários pontos fortificados sobre pontes do rio Loire. Em 11 e 12 de junho de 1429 venceu a batalha de Jargeau. Em 15 de junho foi a vez da batalha de Meung-sur-Loire. A terceira vitória foi na batalha de Beaugency, nos dias 16 e 17 de junho do mesmo ano. Um dia após sua última vitória se dirigiu a Patay, onde ocorreu a única batalha em campo aberto, já sem a presença de Joana d'Arc.
Na primavera de 1430, Joana d'Arc retomou a campanha militar e passou a tentar libertar a cidade de Compiègne, onde acabou sendo capturada. Foi levada ao Castelo de Beaurevoir e depois transferida para Rouen. O processo contra ela teve início em 9 de janeiro de 1431, chefiado pelo bispo de Beauvais, Pierre Cauchon. Foi um processo que passaria à posteridade e que a converteria em heroína nacional. Após ser condenada, teve sua cerimônia de execução marcada para 30 de maio de 1431. Entrou vestida de branco na praça cheia de gente e foi colocada na plataforma montada para sua execução. Após lerem o seu veredito, Joana foi queimada viva, morrendo com apenas 19 anos. Suas cinzas foram jogadas no rio Sena, para que não se tornassem objeto de veneração pública.
Em 9 de maio de 1920, Joana d'Arc foi definitivamente reabilitada, sendo canonizada pelo Papa Bento XV – era a Santa Joana d'Arc. A canonização traduzia o desejo da Santa Sé de estender pontes para a França republicana, laica e nacionalista. Em 1922 foi declarada padroeira de França.
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