História do Vidro
Conta-se que “os fenícios, ao voltarem ao Egito, pararam às margens do Rio Belus, e pousaram sacos que traziam às costas, que estavam cheios de natrão (carbonato de sódio natural, que eles usavam para tingir lã). Acenderam o fogo com lenha e usaram os pedaços mais espessos de natrão para neles apoiarem os vasos onde deviam cozer as carnes dos animais que haviam caçado. Comeram e deitaram-se e deixaram o fogo aceso ao adormecerem. Quando acordaram, em lugar das pedras de natrão havia blocos brilhantes e transparentes, que pareciam enormes pedras preciosas. Um deles, o sábio Zelu, chefe da caravana, percebeu que sob os blocos de natrão, a areia também desaparecera. O fogo foi aceso novamente e um líquido vermelho e fumegante escorreu das cinzas. Antes que a areia incandescente se solidificasse, Zelu plasmou com uma faca aquele líquido e com ele formou uma empola tão maravilhosa que arrancou espanto dos mercadores fenícios. O vidro estava descoberto.” Esta é uma versão um tanto lendária, mas fatos e vestígios mais verossímeis relatam que o vidro surgiu há aproximadamente 6000 mil anos.
Por volta de 100 a.C., os romanos já produziam vidro por técnicas de sopro em moldes, de modo a confeccionar suas janelas. Cerca de 400 anos mais tarde, o imperador Constantino passou a cobrar taxas e impostos aos vidreiros, tamanha a difusão e a importância do produto. Entre 500 e 600 d.C. um novo método possibilitou a execução do vidro plano, por sopro de uma esfera e sua sucessiva ampliação por rotação em forno. Até o século XIX, a maior parte da produção de vidro foi feita por este sistema.
Posteriormente, por volta de 1300, o vidro moldado a rolo foi introduzido em Veneza (técnica vinda do Oriente, através das Cruzadas). Assim, a ilha de Murano notabilizou-se e especializou-se na produção artística do vidro, tendo aparecido nesta época o cristal. Ainda neste período foi descoberto um novo processo: por sopro de cilindros. Tal técnica foi revolucionária para a produção de vidros planos. Por ação simultânea de sopro e força centrípeta, originária da movimentação do cano, obtinha-se um cilindro com cerca de 50 cm de diâmetro e até três metros de comprimento, que depois era colocado em um forno e deixado para estender.
Da Idade Média em diante, a fabricação do vidro tem sido um assunto de peritos guardado a sete chaves contra restrições familiares e espionagem industrial. A introdução de técnicas francesas na Inglaterra, nos séculos XVIII e XIX, por exemplo, foi feita somente com grande dificuldade. A primazia inicial da França foi exemplificada pela Compagnie de St. Gobain, instalada há cerca de 300 anos para envidraçar o Palácio de Versalhes. Durante a segunda metade do século XIX, muito esforço foi empregado para produzir folhas de vidro por estiramento.
Somente na virada do século XX surgiram três poderosos centros de produção de vidro, que permaneceram os mais importantes centros a leste do Atlântico. A França, berço de muitas técnicas originais, a Inglaterra, berço da Revolução Industrial, e a Bélgica. Ainda assim, embora a moderna fabricação de vidro seja uma criação europeia, logo emergiu com força a indústria americana. No início da década de 1920, a demanda da indústria automotiva levou a Ford Motor Company a criar um processo que colocava em novas bases a produção em massa, com um aperfeiçoado produto prensado que, mais tarde, expandiu a indústria dos Estados Unidos.
Referências: USP/FAU e Wikipedia
1 Comentário(s)::
Fenícios hein ow
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