quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

22 anos da morte de Chico Mendes


Chico Mendes
Chico Mendes, seringueiro, sindicalista e ativista ambiental, foi assassinado há exatamente 22 anos, em 22 de dezembro de 1988, em Xapuri, no Acre. Ainda criança, começou o aprendizado do ofício de seringueiro, acompanhando o pai em incursões pela mata. Iniciou a vida de líder sindical em 1975, como secretário-geral do recém-fundado Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia. Em 1976 participou ativamente das lutas dos seringueiros para impedir o desmatamento através de manifestações pacíficas em que os seringueiros protegiam as árvores com seus próprios corpos.

Em 1977 participou da fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri e foi eleito vereador pelo MDB local. Recebeu então as primeiras ameaças de morte por parte de fazendeiros. Dois anos depois reuniu lideranças sindicais, populares e religiosas na Câmara Municipal. Acusado de subversão, foi submetido a duros interrogatórios, mas não teve apoio para registrar a denúncia de tortura que sofrera.

Chico Mendes foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT) e um dos seus dirigentes no Acre, tendo participado de comícios com Lula na região. Em 1980 foi enquadrado na Lei de Segurança Nacional a pedido de fazendeiros da região, que procuraram envolvê-lo no assassinato de um capataz, possivelmente relacionado ao assassinato do presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Brasiléia, Wilson Sousa Pinheiro. Em 1981 Chico Mendes assumiu a direção do Sindicato de Xapuri e, em 1982, tentou ser deputado estadual pelo PT, mas não conseguiu se eleger.

Chico MendesEm 1984 foi acusado de incitar posseiros à violência, mas, julgado pelo Tribunal Militar de Manaus, foi absolvido por falta de provas. Liderou o 1º Encontro Nacional dos Seringueiros em 1985, durante o qual foi criado o Conselho Nacional dos Seringueiros, que se tornou a principal referência da categoria. Sob sua liderança a luta dos seringueiros pela preservação do seu modo de vida adquiriu grande repercussão nacional e internacional. A proposta da “União dos Povos da Floresta” em defesa da Floresta Amazônica buscava unir os interesses dos indígenas, seringueiros, castanheiros, pequenos pescadores, quebradeiras de coco babaçu e populações ribeirinhas através da criação de reservas extrativistas.

Em 1987, Chico Mendes recebeu a visita de membros da ONU, que viram de perto a devastação da floresta e a expulsão dos seringueiros causadas por projetos financiados por bancos internacionais. Dois meses depois levou estas denúncias ao Senado norte-americano e à reunião do BID. Os financiamentos a esses projetos foram logo suspensos. Na ocasião, Chico Mendes foi acusado por fazendeiros e políticos locais de “prejudicar o progresso”, o que aparentemente não convenceu a opinião pública internacional. Alguns meses depois recebeu vários prêmios internacionais por sua luta em defesa do meio ambiente.

Chico Mendes
Durante o ano de 1988 participou da implantação das primeiras reservas extrativistas no Acre. Ameaçado e perseguido, Chico Mendes percorreu o Brasil, participando de seminários, palestras e congressos onde denunciava a ação predatória contra a floresta e a violência dos fazendeiros contra os trabalhadores da região. Após a desapropriação do Seringal Cachoeira, propriedade de Darly Alves da Silva, agravaram-se as ameaças de morte contra ele que, por várias vezes, denunciou publicamente os nomes de seus prováveis responsáveis.

Em 22 de dezembro de 1988, exatamente uma semana após completar 44 anos, Chico Mendes foi assassinado com tiros de escopeta no peito na porta dos fundos de sua casa, quando saía para tomar banho. Ele anunciou que seria morto em função de sua intensa luta pela preservação da Amazônia e buscou proteção, mas as autoridades e a imprensa não levaram a sério. Após o assassinato de Chico Mendes mais de trinta entidades sindicalistas, religiosas, políticas, de direitos humanos e ambientalistas se juntaram para formar o “Comitê Chico Mendes”. Eles exigiam providências e, através de articulações nacionais e internacionais, pressionaram os órgãos oficiais para que o crime fosse punido. Em dezembro de 1990, a justiça brasileira condenou os fazendeiros Darly Alves da Silva e Darcy Alves Ferreira, responsáveis por sua morte, a 19 anos de prisão. Darly fugiu em fevereiro de 1993 e escondeu-se num assentamento do INCRA, no interior do Pará, chegando até a obter financiamento do Banco da Amazônia sob falsa identidade. Só foi recapturado em junho de 1996 e a falsidade ideológica rendeu-lhe uma segunda condenação: mais dois anos e 8 meses de prisão.

Referência: Wikipedia

2 Comentário(s)::

BaoRitcho disse...

:-|

Anônimo disse...

Hey great post. Thought I'm not sure I agree with you 100%. Keep em coming. Are you interested in having anyone guest post opposing views?