quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Gran Circus Norte-Americano


Gran Circus Norte-AmericanoNo dia 17 de dezembro de 1961, há exatamente 48 anos, ocorreu uma das maiores tragédias do Brasil: o incêncio no Gran Circus Norte-Americano, em Niterói. O circo estreou na cidade dois dias antes, em 15 de dezembro, instalando-se na Praça Expedicionário, no centro. As propagandas da época diziam que era o maior e mais completo circo da América Latina, tinha cerca de sessenta artistas, vinte empregados e 150 animais. O dono do circo, Danilo Stevanovich, havia comprado uma lona nova, com seis toneladas e feita seria de náilon.

A montagem do circo demandava tempo e muita mão-de-obra. Danilo contratou cerca de 50 trabalhadores avulsos para a montagem. Um deles, Adilson Marcelino Alves, o Dequinha, tinha antecedentes por furto e apresentava problemas mentais. Ele trabalhou dois dias e foi demitido. Ficou inconformado e passou rondar as imediações do circo.

No dia da estréia, o circo estava tão cheio que Stevanovich mandou suspender a venda de ingressos, para a frustração de muitos. Naquela noite Dequinha tentou entrar no circo sem pagar, mas foi visto e impedido pelo tratador de elefantes Edmílson Juvêncio. No dia seguinte, 16 de dezembro, um sábado, Dequinha continuava a perambular pelo circo e começou a provocar o funcionário Maciel Felizardo, que era constantemente acusado de ser o culpado da demissão de Dequinha. Seguiu-se uma discussão e Felizardo agrediu o ex-funcionário, que reagiu e jurou vingança.

jornal da época
Na tarde de 17 de dezembro de 1961, Dequinha convidou José dos Santos, o Pardal, e Walter Rosa dos Santos, o Bigode, com o plano de colocar fogo no circo. Eles se encontraram no bairro Fonseca e decidiram pôr em prática o plano de vingança. Um dos comparsas de Dequinha, responsável pela compra da gasolina, advertiu o chefe da lotação esgotada do circo e iminente risco de mortes. Porém, Dequinha estava irredutível: queria vingança e dizia que Stevanovich tinha uma grande dívida com ele. Com 3.000 pessoas na platéia, faltavam poucos minutos para o espetáculo acabar quando uma trapezista percebeu o incêndio. Em cerca de vinte minutos o circo foi completamente devorado pelas chamas. Mais de 300 pessoas morreram na hora e, aos poucos, vários feridos morriam, chegando a 500 o número de vítimas fatais, das quais 70% eram crianças. A lona, que chegou a ser anunciada como sendo de náilon, era, porém, de um tecido altamente inflamável.

Tragédia
Consumada em poucos minutos, a tragédia estava apenas começando. O sofrimento e a comoção vivenciados por parentes, moradores e autoridades foram acompanhados passo a passo pela imprensa. Cada notícia divulgada aumentava a perplexidade coletiva. No Estádio Caio Martins foram enfileirados os corpos carbonizados, cobertos com panos brancos doados pelo povo. Uma vez reconhecidos, eram colocados, ali mesmo, nos caixões para o sepultamento.

Com base no depoimento de funcionários do circo que acompanharam as ameaças de Dequinha, ele foi preso em 22 de dezembro de 1961. Os cúmplices Bigode e Pardal também foram presos. Em 24 de outubro de 1962, Dequinha foi condenado a dezesseis anos de prisão e a mais seis anos de internação em manicômio judiciário, como medida de segurança. Em 1973, menos de um mês depois de fugir da prisão, ele foi assassinado.

Referências: Wikipedia, Revista de História da Biblioteca Nacional e Jornal do Brasil.

1 Comentário(s)::

BaoRitcho disse...

que tragédia do cão hein ow :|