História do Baralho
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A origem exata dos jogos de cartas é objeto de grande especulação e fascínio. Existem diversas opiniões, teorias e contradições na busca por estas informações. Entretanto, é praticamente certo que os jogos não são invenção de um homem só, mas sim o resultado de um desenvolvimento gradual de várias formas diferentes de jogos praticados nas mais diversas regiões do mundo através dos séculos.
Se não existe consenso a respeito dos locais e datas, não existem, no entanto, maiores dúvidas a respeito da origem religiosa das cartas. Por exemplo, o antigo baralho indiano possuía dez naipes, que representavam cada uma das encarnações de Vishnu. Há publicações, também, que dizem que os soldados sarracenos, do sul da Itália, no século XIV, praticavam um jogo de baralho chamado “naib”, que significa “feitiçaria” em hebraico, e que pode ter sido a origem da palavra “naipe”, em Português.
O baralho teria chegado à Europa entre os séculos XIII e XV, com numeração e divididos em naipes. Tem-se conhecimento de que possuía 56 cartas e quatro figuras: rei, rainha, cavaleiro e pajem. As demais cartas eram numeradas de um a dez e os naipes eram inspirados nos quatro naipes chineses. Todavia, há também a teoria de que o baralho como conhecemos hoje teria sido criado pelo pintor francês Jacquemin Gringonneur, sob encomenda do rei Carlos VI, da França. Ele teria desenvolvido as cartas de modo que elas representassem as divisões sociais do país por meio dos naipes. A história dos naipes, aliás, será objeto da próxima postagem do blog.
Nos países germânicos destacaram-se no século XV, alguns pintores que elaboraram cartas de tamanho grande onde apareciam símbolos atrelados à arte da caça, quase sempre usando figuras de animais para distinguir quatro naipes diferentes. Este baralho possuía dez cartas numeradas e três figuras, que seriam o rei (könig), cavaleiro (obermann) e valete (untermann). Já na Itália, o mais antigo testemunho sobre jogos de cartas está registrado e conservado na cidade de Viterbo e data de 1379. O baralho italiano tradicional usava os mesmos naipes do baralho espanhol e possuía dez cartas numeradas (1 a 10), além das figuras do rei, do cavaleiro e do valete.
Na França, as primeiras referências documentais aos jogos de cartas datam de 1381. O baralho francês, essencialmente parecido com o inglês, possui 52 cartas e quatro naipes, sendo nove cartas numeradas (2 a 10) e quatro figuradas (ás, rei, dama e valete). Existem ainda duas cartas denominadas curingas (jokers), que representariam os palhaços dos jograis realizados nos castelos medievais. No entanto, existem indícios também de que o curinga seria, na verdade, uma invenção norte-americana do século XIX, com origem numa carta do tarô, o Louco, que não possui número do trunfo e cuja alegoria lembra um bobo da corte.
Referências: Playing Cards, COPAG e Wikipedia.