Dando sequência ao histórico dos bairros do Rio de Janeiro, falarei hoje sobre Benfica.
A região original onde situa-se hoje o bairro de Benfica era composta de alagadiços que se estendiam da Baía de Guanabara até a região da Praia Pequena. Por ela passava a Estrada Real de Santa Cruz, vinda do Largo da Cancela, em São Cristóvão, e que corresponde à atual rua São Luiz Gonzaga e à Av. Dom Hélder Câmara (antiga Av. Suburbana). A principal via local era a rua da Alegria (atual rua Prefeito Olímpio de Melo), que seguia até o bairro do Caju. No Largo do Pedregulho fica a “Fonte da Medusa”, também chamada de “Bicão”, confeccionada em ferro fundido, com base na escultura do artista francês Henri Frédéric. No trecho da Estrada Real, correspondente à rua São Luiz Gonzaga, as pessoas paravam para dar água aos cavalos.
Um dos marcos do bairro hoje é o Hospital Central do Exército, adquirido junto ao Jockey Club em 1892, com seus três primeiros pavilhões, inaugurados em 1902, e o Pavilhão Central Floriano Peixoto, inaugurado em 1913. Destacam-se também o Mercado CADEG, que comercializa produtos agrícolas vindos do interior do Estado com 420 lojas e intensa movimentação noturna, e o Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes, projetado pelo arquiteto Afonso Eduardo Reidy e construído em 1947, considerado patrimônio histórico e arquitetônico.
O bairro abriga o atual pólo de iluminação na “Rua dos Lustres” (rua Senador Bernardo Monteiro), o Mercado Municipal do Rio de Janeiro, indústrias, conjuntos habitacionais e as comunidades Vila Arará, Herédia de Sá, Mal. Jardim, entre outras. Hoje Benfica é um bairro de classe média, média-baixa e baixa, degradado, localizado próximo a Mangueira e a São Cristóvão. A favelização de parte de sua área plana é um dos fatores desta degradação. Existem sobrados do século XIX em estado precário, da época em que a região era uma das mais nobres da cidade. Por ser o bairro próximo à moradia do imperador, à época do Império, havia atração da nobreza por aquelas áreas. Com a entrada da república e a mudança de residência dos chefes de governo, houve transferência de grande parte dos ricos para a zona sul.
Antigamente também existiam as fábricas da CCPL (Cooperativa Central dos Produtores de Leite), atualmente transformada em uma favela, após invasão sofrida em função da desativação. Atualmente conta com um galpão de distribuição dos Correios e também abriga a Rede Record. A mesma fica onde anteriormente ficava a fabrica da IBM.
Bairro anterior: Barra de Guaratiba
Referências: Portal Geo e Wikipedia