Jean-Jacques Rousseau - Continuação 2
Continuando esta espécie de “homenagem” aos 300 anos de nascimento do gênio Jean-Jacques Rousseau, seguem novamente passagens de suas obras que considero importantes e que já postei aqui neste blog. Mais uma vez as citações vêm da obra “Discurso Sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade Entre os Homens”.
Sobre a desigualdade e o vício, Rousseau diz:
“À medida que as ideias e os sentimentos se sucedem, que o espírito e o coração se exercitam, o gênero humano continua a domesticar-se, as ligações se estendem e os laços se apertam. Acostumam-se a reunir-se defronte das cabanas ou à volta de uma grande árvore; o canto e a dança, verdadeiros filhos do amor e do lazer, tornaram-se a diversão, ou melhor, a ocupação dos homens e das mulheres ociosos e agrupados. Cada qual começou a olhar os outros e a querer ser olhado por sua vez, e a estima pública teve um preço. Aquele que cantava ou dançava melhor; o mais belo, o mais forte, o mais hábil ou o mais eloquente passou a ser o mais considerado, e foi esse o primeiro passo para a desigualdade e para o vício ao mesmo tempo; dessas primeiras preferências nasceram, de um lado a vaidade e o desprezo, do outro a vergonha e o desejo; e a fermentação causada por esses novos germes produziu por fim compostos funestos à felicidade e à inocência.”
E sobre o surgimento da propriedade ele diz:
“...Mas, a partir do instante em que um homem necessitou do auxílio do outro, desde que percebeu que era útil a um só ter provisão para dois, desapareceu a igualdade, introduziu-se a propriedade, o trabalho tornou-se necessário e as vastas florestas se transformaram em campos risonhos que cumpria regar com o suor dos homens e nos quais logo se viu a escravidão e a miséria germinarem e medrarem com as searas.”
2 Comentário(s)::
G - Ê - N - I - O
G - Ê - N - I - O [2]
Postar um comentário